sexta-feira, 9 de abril de 2010

CNBB divulga nota de solidariedade ao Papa Bento XVI

O povo católico de todo o mundo acompanha, com profunda dor no coração, as denúncias de inúmeros casos de abuso sexual de crianças e adolescentes praticados por pessoas ligadas à Igreja, particulamente padres e religiosos. A imprensa tem noticiado com insistência incomum, casos acontecidos nos Estados Unidos, na Alemanha, na Irlanda e também no Brasil.

Sem temer a verdade, o Papa Bento XVI não só reconheceu publicamente esses graves erros de membros da Igreja, como também pediu perdão por eles. Disso nos dá testemunho a carta pastoral que o Santo Padre enviou aos católicos da Irlanda e que pode se estender aos católicos de todo o mundo.

Mais do que isso, Bento XVI não receou manifestar seu constrangimento e vergonha diante desses atos que macularam a própria Igreja. Firme, o Papa condenou a atitude dos que conduziram tais casos de maneira inadequada e, com determinação, afirmou que os envolvidos devem ser julgados pelos tribunais de justiça. Não faltou ao Papa, também, mostrar a todos o horizonte da misericórdia de Deus, a única capaz de ajudar a pessoa humana a superar seus traumas e fracassos.

Às vítimas o Papa expressou ter consciência do mal irreparável a que foram submetidas. Disse Bento XVI: " Sofrestes tremendamente e por isto sinto profundo desgosto. Sei que nada pode cancelar o mal que suportastes. Foi traída a vossa confiança e violada a vossa dignidade. É compreensível que vos seja difícil perdoar ou reconciliar-vos com a Igreja. Em seu nome expresso abertamente a vergonha e o remorso que todos sentimos".

Essa coragem do Sucessor de Pedro nos coloca a todos em estado de alerta. Meditamos sobre esses atos objetivamente graves , e estamos certos de que - como fez o Papa - devem ser enfrentados com absoluta firmeza e coragem.

É de se lamentar, no entanto, que a divulgação de notícias relativas a esses crimes injustificáveis se transforme numa campanha difamatória contra a Igreja Católica e contra o Papa. Deixam-nos particulamente perplexos os ataques freqüentes e sistemáticos, ao Papa Bento XVI, como se o então Cardeal Ratzinger tivesse sido descuidado diante dessa prática abominável ou com ela conivente. No entanto, uma análise objetiva dos fatos e depoimentos dos próprios envolvidos nos escândalos revela a fragilidade dessas acusações. O Papa, ao reconhecer publicamente os erros de membros da Igreja e ao pedir perdão por esta prática, não merecia esse tratamento, que fere, também, grande parte do povo brasileiro, que sofre com esses momentos difíceis, e reza pelas vítimas e seus familiares, pelos culpados, mas também pelas dezenas de milhares de sarcedotes que, no mundo todo, procuram honrar sua vocação.

De fato, " a imensa maioria de nossos sacerdotes não está envolvida nesta problemática gravemente condenável. Provavelmente, não chegam a 1% os envolvidos. Ao contrário, os demais 99% de nossos sacerdotes, de modo geral, são homens de Deus, dignos, honestos e incansáveis na doação de todas as suas energias ao seu ministério, à evangelização, em favor do povo, especialmente a serviço dos pobres e dos marginalizados, dos excluídos e dos injustiçados, dos desesperados e sofridos de todo o tipo" (cf. Cardeal Cláudio Hummes, 12ºENP).

No momento em que a Igreja Católica e a própria pessoa do Santo Padre sofrem duros e injustos ataques, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil manisfesta sua mais profunda união com o Papa Bento XVI e sua plena adesão e total fidelidade ao Sucessor de Pedro.

A Páscoa de Cristo, que celebramos nesta semana, nos leva a afirmar com o apóstolo Paulo: "Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos pela angústia; posto em apuros, mas não desesperançados; perseguidos, mas não desamparados; derrubados, mas não aniquilados" (2Cor 4, 8-9). Nossa fé nos garante a certeza da vitória da luz sobre as trevas; do bem sobre o mal; da vida sobre a morte.


Brasília, 31 de março de 2010

Dom Geraldo Lyrio Rocha - Presidente da CNBB e acerbispo de Mariana

Dom Luiz Soares Vieira - Vice - presidente da CNBB e arcebispo de Manaus

Dom Dimas Lara Barbosa - Secretário Geral da CNBB e bispo auxiliar do Rio de Janeiro



Um comentário:

  1. É Preciso levantar-mos a bandeira de nossa fé com convicção e coragem "quem não tem pecado atire a primeira pedra..." nós que somos a igreja de Cristo e assim como Ele mesmo nos falou Eu sou a cabeça e vós os membros; a Igreja foi erguida sobre o seu testemunho e lavada de todo pecado no seu sangue redentor derramado por nós e que hoje Vive Ressuscitou dos mortos para toda eternidade, por isso nada prevalecerá ou terá força para derruba-lá, creio eu irmãos que não há nada mais convincente e forte para que possamos erguer nosso brado em defesa de nossa Igreja, pois não estão atacando simplesmente o nosso Papa Bento XVI ESTÃO ATACANDO a NÓS ENQUANTO igreja que somos, então nos unamos a CNBB e façamos uma grande revolução sim primeiramente em nós e toda nossa vida como Cristãos assim como nos prometeu Cristo as portas do inferno não prevalecerão contra Ela( Igreja de Cristo que somos Nós) qdo batizados nós somos chamados a nos tornarmos outros Cristos nos espelhando Nele que deu sua vida por nós e sua Igreja, sem medir esforços ou impor condições agora é nossa hora, de sermos uma grande nação que se ergua a favor de nosso Deus!!!

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